quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Como amo a meu Deus!!!

Esta é apenas uma declaração de amor... Quanta Graça foi derramada sobre a minha vida, mesmo diante de tanta indignidade da minha parte... Quanto amor foi demonstrado por mim... O que dizer? Apenas me vejo constrangido... Percebo o toque de suas mãos em cada momento da minha existência, me moldando e construindo conforme o Teu propósito... As dores e aflições; as tribulações e tristezas; tudo vem de Ti para que eu seja formado e criado à estatura de Cristo... Por que tanto amor por alguém tão imperfeito? Por que tanta Graça derramada para alguém tão fraco e falho? Por isso eu Te amo... Porque Você, óh Deus, me amou primeiro... Te amo, de todo o meu coração!!! Nunca afaste o calor do Teu amor da minha vida... Mais que tudo neste mundo, dependo de Ti!
Jordanny Silva

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Atos proféticos: Comando a Deus com uma invenção humana?




Atos proféticos: Comando a Deus com uma invenção humana?

                        A febre da apostasia alcança proporções cada vez maiores. Afastar-se da fé bíblica já não significa tornar-se um ateu existencialista, que decreta, por meio do niilismo, a morte de Deus. Distanciar-se da fé bíblica, atualmente, significa muito mais abraçar-se a uma espiritualidade que roga para si (ou pelo menos pretende) uma identidade cristã, muitas das vezes até evangélica. É o evangelho místico, idolátrico e revestido de fábulas, que alcança territórios cada vez mais amplos dentro das igrejas. Não obstante, recebi a notícia, por meio do amigo Renan, da existência de um livro que, segundo o autor, se revela uma apologia neopentecostalista, buscando defender um de seus maiores ritos idolátricos, amplamente conhecidos como “atos proféticos”.

                        Já abordei um pouco acerca deste tema em análise a uma das “liturgias” mais divulgadas por quase a totalidade das igrejas que são adeptas ao “modelo celular”. Na série “Análise do Encontro: é tremendo!”, mais especificamente na parte “12b” intitulada “Mais aberrações: A unção da água”, trato superficialmente acerca do conteúdo de idolatria e da desestruturação do conceito bíblico de Fé que tal “ato profético” revela. Entretanto, na presente oportunidade, gostaria de tecer algumas considerações acerca da defesa que o “paipóstolo” Renê Terra Nova, em mais uma de suas aberrações e distorções doutrinárias, apresenta por meio do livro: “Atos proféticos: Comando de Deus ou invenção humana?”.

                        É evidente que não empreenderei esforços para comentar todo o livro, uma vez que vários dos textos que já publiquei, revelam uma visão mais ampla acerca do assunto; devendo, pois, o leitor, antes de desferir qualquer ataque a minha pessoa, conhecer, a fundo, as ideias apresentadas nesse blog, julgando se estão, ou não, em conformidade com a inerrante Palavra de Deus (Jo 7.24). Assim, buscaremos discorrer acerca do que é, efetivamente, o “ato profético”; se a Palavra retrata algum “ato profético”; se os “atos proféticos” adotados pelas igrejas neopentecostais têm respaldo bíblico; se há aplicabilidade neotestamentária dos “atos proféticos”; eventuais problemas na adoção dessa nova “doutrina”, pela igreja.

                        Apresentada essa breve introdução. Passemos a uma rápida análise do tema “atos proféticos”, valendo-nos do mais confiável livro de consulta a respostas da humanidade: a Bíblia Sagrada.

CONCEITO NEOPENTECOSTALISTA DOS ATOS PROFÉTICOS

                        Segundo o “paipóstolo” Renê Terra Nova, Ato Profético é:

“uma expressão, uma atitude visível da Igreja que tem uma referência e um respaldo no mundo espiritual. Digo que o ato profético é uma mensagem enviada ao reino do espírito que ratifica a ação da fé e da Palavra.[1] (Grifos nossos)

                        Ainda, seguindo orientação do mesmo livro, os “atos proféticos” são executados com os seguintes propósitos:

“...uma conquista inimaginável, pois estamos entrando numa linguagem  espiritual:  conquistando  no  mundo espiritual as bênçãos para o mundo físico. (... ) melhorar a atuação da Igreja na conquista de territórios e impedir tantos contra-ataques que assolam o nosso povo. (...) Cada pessoa que possuir este material estará apto para que, de forma bíblica, alcance a bênção que o Senhor tem preparado tanto indi­vidual quanto coletivamente.”[2]
“enviar mensagens para o reino do espíri­to de forma responsável, bíblica e fundamentalmente teológica”[3]
“Os atos proféticos são uma ferramenta de Deus para impedir que sejamos apanhados de surpresa. Na verdade, é uma chamada de Deus para não permitirmos que o diabo adentre no nosso arraial.”[4]
“Os atos proféticos são uma ação no mundo espiritual que se torna fator determi­nante para a posse de novos territórios. (...) A realização desses atos emite mensagem no mundo espiritual, imobilizando a atuação do diabo e desatando a ação da igreja.”[5] (Grifo nosso)

UMA VISÃO BÍBLICA ACERCA DOS ATOS PROFÉTICOS

                        Bem, tratar do conceito dos “atos proféticos” é buscar, antes de tudo, a definição semântica inserta na própria terminologia. Assim, “ato profético” vem a significar, literalmente, “ato de profeta”. Ou seja, é um ato praticado por um profeta. Não podemos, também, dizer que quaisquer atos praticados por um profeta alcançam o significado essencial da terminologia, ora conceituada. Do contrário, o próprio fato de um profeta dormir ou realizar quaisquer outras de suas necessidades fisiológicas já seriam atos proféticos. Assim, faz-se necessário delimitar o conceito a fim de se alcançar uma visão mais apurada do que poderá ser chamado de “ato profético”. Logo, buscando uma conceituação mais aprimorada, podemos dizer que “ato profético” é a “ação executada por um profeta, com a finalidade de exprimir a vontade, a palavra ou mesmo o agir de Deus, no presente, passado ou porvir”. Essa definição, evidentemente, será melhor traduzida no decorrer desse estudo.

                        Seguindo, ainda, a lógica dessa definição, não há como compreender, pois, o que é um “ato profético” sem antes entender as características do ministério profético no Velho e no Novo Testamento. Conseqüentemente, a grande questão que surge para aqueles que não estão muito acostumados com a leitura e entendimentos bíblicos, é a seguinte: há diferença entre o ministério profético do Velho e do Novo Testamento? Essa resposta quem nos dá, primeiramente, é o próprio Cristo:

(Mt 11.13) - Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.
(Lc 16.16) - A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele. (Ênfase adicionada)

                        O ministério profético do Antigo Testamento tem como finalidade principal a preparação da humanidade, em especial, do povo de Israel, para a manifestação de Cristo. Isso porque o clímax da revelação se cumpre em Jesus. Nesse sentido o apóstolo dos gentios nos diz que “vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4). O fato de Paulo denominar aquele momento como “a plenitude dos tempos”, está no reconhecimento que, por meio de Cristo e dos apóstolos, a revelação de Deus, dada aos profetas veterotestamentários, alcança seu ápice.

                        É evidente que o ministério profético na Antiga Aliança dispõe-se de outras finalidades, tais como exortar, encorajar, corrigir, direcionar, preparar e consolar o povo de Deus. Vemos isso, por exemplo, por meio de Jeremias, Ezequiel, Malaquias, Oséias e tantos outros. Contudo, cumprida a finalidade precípua do Antigo Testamento, que é a revelação do Filho de Deus, há uma modificação expressiva no modus operandi do Espírito. A própria linguagem profética comum da Antiga Aliança, revela características não presentes na Nova Aliança. Vemos no Velho Testamento, por exemplo, expressões como: “Veio a Palavra do Senhor...” (Gn 15.1; 1Sm 15.10; 2Sm 7.4; 2Sm 24.11; 1Rs 6.11; 13.20; 16.1; 21.17; Is 38.4; Jr 1.4; 2.1; Ez 1.3; Jn 1.1; Mq 1.1; Sf 1.1; Ag 1.1; Zc 1.1; 7.8 etc). Vemos, outrossim, a mensagem profética do Antigo Pacto por meio dos ritos sacerdotais e até mesmo das festas e comemorações do povo hebreu, as quais, em sua grande maioria, apontam para a obra redentora do Mestre (Ex 12; Lv 1; etc.). O que não acontece no Novo Testamento.

                        Desse modo, percebe-se que na Nova Aliança a mensagem profética é mais acessível e, apesar de revelar diferença na forma, a inspiração continua sendo divina, por meio do Espírito Santo (At 20.22,23). Observando o comentário de Ezequias Soares, à revista Lições Bíblica, editada pela CPAD, aprendemos o seguinte:

A revelação que os apóstolos receberam era superior a que foi dada aos patriarcas, reis, sábios, sacerdotes e profetas do Antigo Testamento (2Co 3.5-11). Isso porque os apóstolos viveram o clímax da revelação em Jesus (Hb 1.1) e desfrutaram da dimensão do Espírito Santo em uma época em que sua atuação não era mais esporádica, mas plena e abundante”[6]

                        A conclusão disso tudo é que, no Novo Testamento, já não se fazem necessários a maioria dos ritos sacerdotais, legais e proféticos contidos no Velho Testamento. Este fato se explica na manifestação do Filho de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). O próprio escritor aos Hebreus nos lança luz a essa questão:

(Hb 8.4-13) - Ora, se ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei, os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou. Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas. Porque, se aquela primeira fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para a segunda. Porque, repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei uma nova aliança, não segundo a aliança que fiz com seus pais No dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; como não permaneceram naquela minha aliança, Eu para eles não atentei, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo; e não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior. Porque serei misericordioso para com suas iniqüidades, e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais. Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar. (Grifos nossos)

                        Vemos no texto acima que o próprio rito sacerdotal é apenas uma sombra do que a nós foi revelado. Ora, se é uma sombra, a partir do momento que nos são revelados os mistérios de Deus, que é a manifestação de Cristo, não há mais necessidade da prática de tais ritos como regra litúrgica, nem mesmo como princípio. Nesse mesmo sentido, o doutor dos gentios nos dá a seguinte lição:

(2Co 3.9-18) - Porque, se o ministério da condenação[7] foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça. Porque também o que foi glorificado nesta parte não foi glorificado, por causa desta excelente glória. Porque, se o que era transitório[8] foi para glória, muito mais é em glória o que permanece. Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar. E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório. Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido; e até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará. Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. (Grifos nossos)

                        A Palavra nos informa, pois, que a consecução das ordenanças ritualísticas do Antigo Testamento, bem como dos “atos proféticos” ali encontrados, não alcançam mais respaldo bíblico, tampouco, qualquer utilidade no tempo da Graça, ou “plenitude dos tempos”. Agir de modo diferente é reerguer o véu que já foi rasgado pela morte redentora de Cristo. Ainda, no mesmo sentido, nos assevera Paulo:

(Gl 3.1,2) - Ó INSENSATOS gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós? Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?

                        Ater-me-ei, inicialmente, nestes dois versos que Paulo escreveu à igreja da Galácia, para demonstrar a diferença dos tempos proféticos do Antigo Testamento e do Novo Testamento. Paulo inicia sua exortação chamando os gálatas de insensatos. Porém, qual era o motivo de o apóstolo ser tão duro com as palavras àquela igreja? A razão era simples: esquecendo-se da obra redentora de Cristo, que põe fim ao sistema ritualístico sacerdotal e profético do Antigo Pacto, os cristãos gálatas retornaram a prática das obras da lei, abandonando a pregação da fé. E o que seria abandonar a pregação da fé? Abandonar a pregação da fé é novamente aliar-se aos ritos propagados pela Antiga Aliança. No caso da igreja da Galácia, alguns crentes hebreus estavam obrigando gentios a circuncidarem-se (já pensou se nós começássemos a adotar a circuncisão com mais um “ato profético”?). Paulo se ira diante de tal situação, chegando a admirar-se do fato de tais cristãos terem “passado tão depressa daquele que vos chamou à Graça de Cristo, para outro evangelho”. E continua seu discurso dizendo: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Gl 1.8).

                        Tais afirmações do apóstolo dos gentios são suficientes para me deixar de “orelhas em pé” quando vejo um novo “mover” se levantando no meio da igreja. Não obstante, nas palavras do “paipóstolo” Renê Terra Nova, vemos os seguinte:

Há muito tempo a Igreja de Jesus vem cami­nhando numa rota que tem assustado alguns líderes, principalmente aqueles de linha teoló­gica mais reservada. Não queremos ofender, tampouco subestimar a convicção doutrinária de nenhum homem de Deus, todavia cremos que a revelação não está fechada, pois recebemos o rhema de Deus. Nesses últimos dias o Senhor trará luz ao entendimento de Sua palavra, e muitas questões que não eram ventiladas tomar-se-ão comuns no ensino das igre­jas bereanas.[9] (Grifo nosso)

                        Se nós estamos diante de uma “visão” que diz que a revelação não está fechada, significa, para essa “visão”, que a Bíblia já não é suficiente e que precisa ser complementada. Logo em seguida, Renê Terra Nova nos diz que, nesses últimos dias, ou seja, no nosso tempo presente, “muitas questões que não eram ventiladas tornar-se-ão comuns no ensino das igrejas bereanas”. Onde está o respaldo para tal afirmação? Na Palavra? Creio que não! Os mistérios do Senhor já foram manifestos aos homens, principalmente por meio de Cristo! – isso não significa, entretanto, que não há mais nada a se conhecer em Deus. A Palavra, ao contrário do que assegura Terra Nova, nos adverte que nos últimos dias haveria uma significativa onda de apostasia (1Tm 4.1-4; 2Tm 3.1-5; 4.2,4; 2Ts 2.1-4). Conseqüentemente, qualquer revelação que intente apresentar uma autoridade superior, ou mesmo igual a da Palavra, já é, sem sombra de dúvida, afastamento dos próprios fundamentos da fé, ou seja: apostasia:

(2Co 4.6a) – “E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito...”
(2Pd 1.20,21) – “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (Grifos nossos)

                        Ora, se não devemos ultrapassar o que está escrito, é prudente crer em uma revelação nova, superior àquela que foi dada aos Apóstolos do Cordeiro, como sendo, autenticamente, bíblica? Não! Quanto mais em relação aos famigerados “atos proféticos”, que têm ganhado força e impacto supra-bíblico na vida dos incautos e, às vezes, até idólatras que os adotam como modus operandi do Espírito. Atestam ainda, os propagadores desses novos “moveres”, que tal revelação se trata de um “rhema” de Deus dado a eles. Há validade para essa afirmação? É evidente que também não! Isso porque, como nos exorta o apóstolo Pedro no texto bíblico citado acima, a interpretação bíblica não é subjetiva (particular), mas sim objetiva. Na verdade, acerca do que tem sido ventilado no meio da igreja pós-moderna, Paulo nos adverte para “que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente”. Talvez seja por isso que os grandes propagadores desse pseudo-evangelho estão cada vez mais abastados, enriquecendo-se à custa da ignorância daqueles que não conhecem com profundidade, ou negam a eficácia, da Palavra de Deus.

                        Contudo, o impacto que a adoção de tais “moveres” no meio da igreja, é muito mais catastrófico do que se imagina. Primeiramente, vemos, por meio desses “atos proféticos”, a criação de um evangelho místico, desviado da Verdade (2Tm 4.4), baseado em fábulas, que alcança um poder extremamente emocional, e pouco espiritual (1Co 2.14,15); ou seja, sem profundidade e fundamento na inerrante Palavra de Deus. Não nos surpreende, pois, o fato de o apóstolo dos gentios exortar a Timóteo para que rejeite “as fábulas profanas e de velhas” exercitando-se na piedade (2Tm 4.7).

                        Em segundo lugar, vemos o aspecto idolátrico que a adoção de tais “fábulas” gera em nosso meio. Percebe-se isso ao observar atentamente o efeito que a execução de “atos proféticos” e a utilização de “pontos de contato”, causa nas pessoas. Algumas, para alcançar determinado nível de espiritualidade, ou mesmo alguma bênção, precisam ir a diversas campanhas onde, naqueles lugares, tocarão no “manto sagrado”, comprarão a “rosa ungida”, passarão pela “porta da esperança” ou serão ungidos com a “água do rio Jordão”. Agora, troque estes elementos ou objetos por imagens de escultura e você compreenderá o teor de idolatria que acompanham tais invencionices. Vale lembrar que, por trás dos ídolos há demônios (1Co 10.19,20).

                        Os “atos proféticos”, segundo os “mestres da fé”, representam “pontos de contato”; estes “pontos de contato” são, por sua vez, facilitadores da fé. Ou seja, a pessoa que sente dificuldade em ter fé, se vale de algo que é palpável no mundo físico para tornar mais acessível esse dom. Entretanto, ao contrário do que se é propagado por meio desses “atos proféticos”, a fé bíblica está estabelecida e fundamentada não no que nós vemos ou tocamos (Hb 11.1). A fé genuinamente bíblica está firmada no que não vemos, uma vez que o que vemos é temporal e o que não vemos é eterno (2Co 4.18).

                        Percebe-se, ainda, que a tentativa de se criar uma dependência física para o mundo espiritual, é inserir dentro da igreja uma doutrina sensorial e ilusória. Normalmente encontramos tais características nas religiões pagãs, as quais se dizem dependentes do mundo físico para a movimentação do reino espiritual; é por isso que vemos tantos pactos com sacrifício de animais, dentre outros, que, segundo tais crédulos, selam algo no mundo espiritual. Em relação a isso, percebemos que os ritos veterotestamentários não tinham o poder de movimentar o reino espiritual, mas apontavam principalmente e, como já asseverado anteriormente, para a obra redentora de Cristo. Logo, a adoção desses “atos proféticos” no tempo da graça, revela um movimento de cunho muito mais emocional e psíquico do que realmente espiritual. Digo que é muito mais emocional pelo fato de que Deus, pela Sua soberana misericórdia, pode atuar realizando curas e milagres por meio de tais “atos”; como podemos ver na Palavra:

(At 19.11,12) - E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias. De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam.

                        Fiz questão de citar o texto acima visto ser um dos preferidos dos defensores da utilização dos “pontos de contato” como facilitador da fé. Em uma leitura superficial poder-se-ia afirmar que Paulo incentivava os cristãos a levarem seus lenços e aventais para operação de milagres. Contudo, observando-se mais atentamente, a Palavra não informa que o doutor dos gentios incentivou, tampouco, ratificou tais ações. Vemos, ao contrário disso, em Listra, ao curarem um enfermo pelo nome de Jesus, muitos clamam a Paulo e Barnabé como deuses, pelo que, rasgando suas vestes, nos deixam uma mensagem de completa humildade e uma lição que busca afastar da pregação do evangelho qualquer tipo de idolatria, tendo como recompensa de sua pregação, ao invés do reconhecimento de seu apostolado, um quase sacrifício público, seguido de um apedrejamento (At 14.6-20). Entretanto, para compreendermos melhor a forma adequada de se interpretar a Palavra, valho-me de um texto que deixei consignado na apostila “Análise do Encontro”, para rápida meditação:

Toda a Bíblia é inspirada por Deus, isso é um fato incontestável! Entretanto, dentro da inspiração divina, nós, didaticamente, podemos sistematizar a fim de descobrirmos as diferentes formas textuais empregadas na Palavra. Poderemos, assim, dividir os tipos de inspiração, basicamente, em cinco: 1) Inspiração principiológica; 2) Inspiração mandamental; 3) Inspiração profética; 4) Inspiração promissiva ou promissória; e 5) Inspiração descritiva. Qual a necessidade de compreendermos cada uma dessas formas de inspiração? Na verdade, caro ledor, a imprescindibilidade de se entender cada uma dessas formas de inspiração queda-se na necessidade de sabermos diferenciar o momento em que o Senhor nos revela, em Sua Palavra, um princípio, preceito, profecia, promessa ou quando apenas nos descreve um fato que ocorreu.

Mas, voltando à compreensão de cada uma das formas de inspiração, a primeira delas é a Principiológica. Sabemos que a Bíblia é um livro constituído de diversos princípios. Esses princípios assumem a tarefa de preencher algumas lacunas não tratadas por mandamentos. Exatamente isso! Por exemplo, percebemos que a Bíblia, explicitamente, não condena o ato de uma pessoa fumar. Entretanto, seguindo um princípio bíblico de que o nosso corpo é templo do Espírito Santo (1Co 3.16,17), não podemos destruí-lo por meio dos vícios e de práticas não saudáveis. Isso é um princípio bíblico. Perceba que não há um mandamento explícito dizendo: não fumarás; ou não te drogarás. Desse modo, algumas atitudes nossas serão albergadas por princípios bíblicos. Ainda em relação aos princípios bíblicos, em Gálatas 5.19-21, Paulo nos traz uma lista enorme das obras da carne, mas não encerra a lista ali; pelo contrário, o apóstolo finaliza dizendo “e coisas semelhantes a essas”; ou seja, tudo que se assemelha àquilo que ele diz são obras da carne, princípios que não devem ser quebrados.

Em seguida nós temos a Inspiração Mandamental, em sentido restrito. Dentre os mandamentos nós podemos citar o decálogo (Êx 20.3-17). Também temos a reafirmação do mandamento supremo pelo Senhor Jesus (Mt 22.37-39; Mc 12.29-31; Lc 10.27). Na verdade a Inspiração Mandamental, latu senso, trata dos preceitos divinos, mandamentos e princípios divinos. Apenas separei para fins didáticos.

Dando continuidade, temos também a Inspiração Profética. É sabido que a Bíblia é composta de aproximadamente 1/3 de profecias. A profecia, apesar de não estar acima dos mandamentos e dos princípios, é de suma importância, pois corrobora e sustenta a autenticidade e infalibilidade da Palavra. Perceba que as profecias bíblicas têm se cumprido com 100% de precisão. Logo, a profecia torna toda a humanidade inescusável, diante do descaso para com a mesma.

Logo mais, nós temos a Inspiração Promissiva ou Promissória. Grande parte do texto sagrado é constituída de promessas. As promessas, em diversos momentos, estão fundidas às profecias. Entretanto, as promessas são bênçãos sobrenaturais que o Senhor, a nós, tem preparado. As promessas não podem ser o motivo precípuo de seguirmos ao Senhor, senão adentraremos em um fundamento hedonista, que tão somente serve a Deus pelos benefícios futuros que serão alcançados. Devemos servir ao Senhor por amor e com amor. As promessas nos servem de consolo, e corroboram a fidelidade e as misericórdias de Deus para conosco.     

E, por último, chegamos à Inspiração Descritiva. A Palavra de Deus confirma a sua autenticidade quando descreve fatos com detalhes. Isso mesmo! Percebemos que a Bíblia não busca esconder os erros ou equívocos de seus santos. Também não tenta esconder os eventos realizados pelos personagens citados. Quando a Bíblia simplesmente nos conta um fato que aconteceu, nós estamos diante de uma descrição. Por exemplo, o pecado de Saul (1Sm 13) é descrito na Bíblia não com um mandamento, princípio, promessa ou profecia; é apenas descrito. Entretanto, a Inspiração Descritiva, por diversas vezes, tem sido confundida com Inspiração Principiológica ou Mandamental, e é nesse momento que devemos ter cautela. Certa vez, por exemplo, vi alguém dizer que a Bíblia diz que “se a obra é de Deus vai perdurar; se não é de Deus rapidamente vai se extinguir”. Tal afirmação está fundamentada no conselho de Gamaliel (At 5.34-39). Contudo, seria realmente um princípio bíblico essa frase destacada? Com um pouco de raciocínio lógico podemos perceber a falsidade dessa premissa. Por exemplo, sabemos que religiões como o hinduísmo, o budismo, o catolicismo romano ou mesmo o islamismo, já perduram por vários séculos. Se aquela premissa fosse verdadeira, o que confirmaria a autenticidade divina de uma religião seria o tempo. Entretanto, sabemos que nenhuma dessas religiões é verdadeira; e que trazem diversos preceitos pagãos e anti-bíblicos. Você consegue perceber que a Inspiração Descritiva pode ser confundida com os outros tipos de inspiração?[10]

                        Diante de tudo isso, percebemos que o texto descrito em Atos 19.11,12, revela-se como uma descrição de algo que ocorreu no tempo dos apóstolos e que não deve ser, necessariamente, repetido. Não há, pois, incentivo apostólico, tampouco bíblico, para a execução de “atos proféticos” no tempo da Graça.

CONCLUSÃO

                        Diante de um extenuante texto como este, percebe-se que a execução de “atos proféticos” nos dias de hoje, não alcançam qualquer respaldo bíblico. Na verdade, apenas serve para fomentar e criar no meio da igreja uma cultura idolátrica fundamentada em fábulas que afastam os cristãos da compreensão e exercício da fé autenticamente bíblica.

                        Tais “moveres”, por sua vez, são veiculados com um conteúdo de significativo emocionalismo e pouco discernimento, ou seja, pouca espiritualidade (1Co 2.14,15). Não obstante, fica revelado mais uma vez o grau de apostasia que tem corrompido a nossa geração, conforme profetizado no texto sagrado.

                        A você, pastor ou líder, que, ao ser tocado por este texto, decidir deixar de executar estes “atos proféticos” dentro de sua igreja, certamente experimentará um esvaziamento significativo do número de frequentadores. Isso, porém, não pode te desanimar, pois, como assevera a Palavra, o nosso intuito, primordial, deve ser agradar a Deus e não a homens (At 5.29; 1Ts 2.3,4), que buscam apenas alimentar seus desejos idólatras e suas ilusões sensoriais. Por isso, não desista! Ore ao Senhor e não permita que esses novos “moveres” contaminem a sua igreja.

                        Com humildade e em Cristo, no desejo de que esse texto possa edificar alguns corações, eu agradeço a Deus e, com as palavras de Paulo, oro para que sua Igreja permaneça firme, santificada na Palavra da Verdade (Jo 17.17) e irrepreensível até a sua vinda (1Ts 5.23)!

                        A Paz do Senhor a Todos!

Jordanny Silva


[1] NOVA, Renê Terra. Atos proféticos: Comando de Deus ou invenção humana? E-book disponibilizado pelo endereço eletrônico - http://www.mediafire.com/?9adarcapf2c5ld7. Pg. 7.
[2] NOVA, Renê Terra. op. cit. p. 7.
[3] NOVA, Renê Terra. op. cit. p. 8.
[4] NOVA, Renê Terra. op. cit. p. 8.
[5] NOVA, Renê Terra. op. cit. p. 9.
[6] Lições Bíblicas. Jovens e Adultos/Mestre. 3º Trimestre de 2010. O ministério Profético na Bíblia: a voz de Deus na Terra. p. 73.
[7] Conferir Gl 3.19; 1Tm 1.9.
[8] A lei era transitória, assim como todo o Antigo Testamento. O fim da lei, tal como o fim do Velho Testamento, é Cristo (2Co 3.14).
[9] NOVA, Renê Terra. Op. Cit. p. 13.
[10] A apostila “Análise do Encontro” é um trabalho que confeccionei buscando abordar alguns equívocos doutrinários que percebi dentro do Encontro; está disponibilizada para download pelo endereço eletrônico: http://www.4shared.com/document/DtjQRZJ2/UMA_ANLISE_DO_ENCONTRO.html e http://jordannyblog.blogspot.com

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ignorância: A Droga mais Popular


Não fique em terreno plano.
Não suba muito alto.
O mais belo olhar sobre o mundo
Está a meia altura.
(A Sabedoria do mundo, por Friedrich Nietzsche)

Alguns provérbios impõem um grau de veracidade admirável. Quando então um provérbio ditado em versos, construído do e para o ponto de vista humano, confessa a condição mais essencial da humanidade, mórbida por acomodação consuetudinária, torna-se até hilário, apesar de lamentável, olhar para a radiografia do “eu-social” e perceber que a sensação de prazer estabelecido pela ignorância entorpecente é o nosso vício mais profundo: o vício da ilusão...

Ao que se percebe, a análise positivista de Nietzsche representa muito mais sobriedade que a ilusão gerada pelo otimismo moderno. Assim, a sensação de prazer advinda da ilusão do belo criada e inspirada pela mediocridade, encontra guarida e aconchego na maioria de nós. É o gozo da ignorância! A “meia altura”, por sua vez, apesar de não revelar a perfeição, torna inacessível à vista, boa parte da imperfeição (pelo menos aquela que incomoda).

Por outro lado, estar abaixo da mediocridade, é vivenciar e experimentar o gosto amargo produzido pela ignorância. É nesse lugar que se assentam os miseráveis, marginalizados, bastardos, desconhecidos – ou pelo menos esquecidos ou desprezados – e moribundos. Dentre estes, entretanto, há alguns que alvejam subir até a “meia altura”, a fim de receberem uma dose de ilusão, a droga mais cobiçada, propagada, comercializada e consumida pela nossa sociedade; não sabem que esse próprio desejo pela “meia altura” já representa a ação do fluído ilusório, introduzido via venal para que o efeito seja rápido e maquie o sabor do mal degustado.

Cristo, em contrapartida, se revela o único autêntico remédio e tratamento para o vício da ilusão. Ele não veio para condenar o homem, mas para salvar o homem (Jo 3.17) libertando-o das cadeias da ignorância e trazendo-o para iluminação da Verdade, que é a Palavra de Deus (Sl 119.105; Jo 8.32,36; Jo 17.17). Entretanto, a condenação do homem se firma na paixão e amor que ele tem pelo vício da ilusão. Se não, vejamos:


E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. (Jo 3.19)

A ignorância é a ausência de luz, é a escuridão que desperta o vício e a paixão insana e desenfreada dos homens, gerando uma omissão confortável. São essas trevas que entorpecem a mente humana. E, conhecendo o poder vicioso e o prazer que a ignorância opera no homem, o intento satânico destila veneno por meio de sonhos, desejos ardentes e obras que afastam o homem da Verdade absoluta da Palavra de Deus (2Co 4.3,4; 2Ts 2.7-11; Gl 5.19-21). Estes anseios são alimentados pelo alucinógeno da ignorância, trazendo uma sensação de prazer extremamente sensorial.

Contudo, para o homem nascido de novo, a Verdade não se firma nos sentidos físicos e carnais; a Verdade se assenta no que não vemos, por meio da fé (2Co 4.18; Hb 11.1). E essa Verdade, por intermédio da Graça, nos arranca da posição de comodismo e nos compele a viver o chamado para as boas obras (Ef 2.8-10); visto que as boas obras são, inequivocamente, o espírito e a autenticidade da nossa fé (Tg 2.26).

Infelizmente, para o homem carnal, o mais belo e prazeroso olhar sobre o mundo inspira a mediocridade (meia altura) e a ilusão que a droga da ignorância oferece. Mas a Palavra nos ensina a não olharmos o mundo com prazer, como se estivéssemos embriagados com os efeitos alucinógenos do vinho (Ef 5.18), mas por meio do Espírito (1Jo 4.6; 5.6), a fim de discernirmos bem a tudo que está diante de nós (1Co 2.14,15), inclusive a malignidade do mundo (1Jo 5.19; 2.15). A Palavra, portanto, nos convida à sobriedade, à luz da Verdade...


“Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios; porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam, embebedam-se de noite. Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação;” (1Ts 5.6-8).



“Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo; (...) e já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração.” (1Pe 1.13; 4.7)


“Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.” (1Pe 5.8,9)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Paulo chamado apóstolo ou Paulo, chamado para apóstolo!

Segue um vídeo/áudio do texto já publicado no blog...



A paz do Senhor a todos!

domingo, 27 de junho de 2010

O Evangelho da Graça revela a desgraça!


Acho interessante que um dos conselhos mais incentivados pelo mundo atual é representado pelo seguinte jargão: o caminho para a felicidade está em conhecer melhor a si mesmo. A seqüência da crença nesse conselho informa que o mundo pode ser transformado se eu mudar a mim mesmo. Infelizmente, para mim, este “provérbio” não se aplica. Isso porque não há nada de interessante ou inspirador em mim mesmo que desperte minha curiosidade ou interesse por conhecer-me melhor. E, ao mesmo tempo, todas as vezes que busquei mudar a mim mesmo falhei: não consigo me mudar; é necessário que alguém ou algo me mude. Talvez seja por esse motivo que quase sempre que tenho oportunidade de ministrar, o tema a que mais me dedico é acerca da Graça. Sou fanático, obsessivo pelo Evangelho da Graça.

Alguns, talvez, pensem que o fato de eu sempre enfatizar a Graça em minhas pregações é motivado numa busca pessoal por um “evangelho” de facilidades. Mas, na realidade, o que mais me atrai no Evangelho da Graça é que, ao passo que me afasto da tentativa de me conhecer melhor e busco conhecer melhor AQUELE que é a razão da minha existência, paradoxalmente, quem eu verdadeiramente sou é revelado. E fico completamente boquiaberto com o que vejo: podridão, indignidade, miséria, falência, impotência e qualquer adjetivo detrator que passe pela sua mente. É exatamente assim que sou revelado... Logo, percebo que não tenho poder algum de mudar a mim mesmo, quanto mais mudar o mundo; este poder, definitivamente, não vem de mim.

Em outras palavras, o Evangelho da Graça, ao invés de elevar minha auto-estima, a reduz e a aniquila, deixando manifesto apenas o poder DAQUELE, único, que pode de algum me transformar. Assim só me resta uma singular pergunta: por que um Deus tão santo, puro, justo e bom se entregou por um miserável como eu? A resposta, caro ledor, está no seu Amor, ainda conhecido apenas em parte (1Co 13.12), que se manifesta incondicional e condicionalmente. “Como assim?” - Você deve estar se perguntando. E eu respondo: o Amor de Deus é incondicional no tocante à entrega que Ele fez pela humanidade (Jo 3.16), e condicional relativamente a quem poderá usufruir de suas misericórdias. Ou seja: só participarão dos benefícios infinitos desse ilimitado Amor, aqueles que crerem no Filho de Deus com o coração, para a justiça, e confessarem com a boca, para salvação (Rm 10.10).

Entretanto, esse mesmo Amor é que me deixa completamente constrangido tendo em vista o quanto sou indigno de ser aceito por Ele (2Co 5.14). Não obstante, quanto mais mergulho nesse Amor e conheço esse Deus de Amor, mais percebo o quanto sou imerecedor e glorifico ÀQUELE, único, que é digno de receber a honra e a glória.

Sócrates, segundo os escritos de Platão, dizia que a medida de sabedoria de um homem estava totalmente vinculada à sua consciência do não saber. Acredito que, utilizando-me da construção dessa frase socrática, em relação à Graça de Deus, poderia reescrevê-la da seguinte forma: a medida de compreensão de um homem, acerca da Graça, está totalmente vinculada à consciência da sua desgraça e falência pessoal. A Graça a nós manifesta e revelada por Deus, conseqüentemente, revela a nossa desgraça e, por meio dessa revelação, passa a nos moldar, mudar e santificar.

Quão grande é o Amor de Deus revelado a cada um de nós, pobres miseráveis! Quão grande Graça que reduz a nada, ao passo que me revela a minha miséria, quem eu sou, para que Ele cresça em mim. Você não se acha merecedor dessa Graça? Bem vindo ao clube! Eu tenho certeza de que não sou merecedor! Mas a pergunta chave é: você deseja ser participante dessa Graça? Então creia no Senhor Jesus e O receba em sua vida!

A paz do Senhor a todos!

Jordanny Silva, servo e discípulo de Cristo mediante a indizível Graça do Criador; pastor segundo a Sua vontade soberana.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Apologética institucional, política, ególatra ou efetivamente Cristã?


Um dos campos mais crescentes do meio cristão, principalmente evangélico, são os blogs apologéticos. Até certo grau é muito bom ver que a maioria dos cristãos revela bom senso e cansou de ser marionete desses novos “moveres” e de todas as distorções que têm sido vomitadas como alimento espiritual, quando na verdade não passa de engodo peçonhento.


Entretanto, o que também tenho percebido é que alguns que buscam se destacar no meio apologético, o fazem por meio de uma apologia covarde, que se vendeu às convicções de instituição A ou B. Isso mesmo! Vejo alguns apologistas que se sentem no direito de apontar erros doutrinários de uns e de outros, mas se calam diante dos gritantes abusos, escândalos e manobras antiéticas que algumas instituições revelam. Qual seria o motivo? Bem o julgamento do motivo não cabe a mim! Mas dá a entender que o motivo de se silenciar, quando se trata de confrontar a podridão da instituição a que se vincula, seja convenção ou editora a que se filia, é o fato de se ter vendido, talvez não por preço em moeda, mas pelo valor da vaidade e do prestígio que adquiriu.


Percebo, por exemplo, incrível o grau de covardia de tais apologistas quando, ao invés, de batalharem pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jd v.3), lutam por convicções institucionais e por ideias fixadas, não na inerrante Palavra do Deus vivo, mas sim nos usos, costumes e dogmas adotados pela instituição a que é vinculada. Diante disso, surge uma apologia que sai da Graça e entra em um legalismo institucional cheio de proibições e discussões infundadas. Quer um exemplo? Tais apologistas começam a se posicionar até mesmo contra expressões artísticas que, se vislumbradas sem preconceitos, ou mesmo sem conceitos confeccionados por uma visão turva e humana, podem ser instrumentos de propagação eficaz do evangelho. Não obstante, já vi apologistas se posicionando, não contra o conteúdo musical, mas contra estilo musical A, B ou C. O rock, nesse viés, é do diabo; o baião é capeta puro; e por aí vai! Parece até que esse tipo de apologética cristã busca glorificar o “deus” deste século, dando a ele demasiada honra criativa! É evidente que alguns estilos musicais, ou mesmo modismos, reduzem o próprio conceito de música à depravação, estupidez e imoralidade. Mas toda uma canção passa a se revelar como não adequada a um cristão dado o seu estilo?


Vejam que a apologia séria se baseia na Palavra e não em preconceitos, ou conceitos culturais turvamente adquiridos. Já vi apologista, por exemplo, valendo-se da ciência para criticar estilo A ou estilo B. Daí, o cristão que se vale do Rap para mandar uma mensagem de alerta autenticamente cristã, com uma amplitude de absorção e alcance muito mais abrangente que uma pregação normalmente atingiria, deve ser desconsiderado porque o estilo é pecado.


Mas não estou aqui para defender estilos musicais. O tema principal dessa postagem é trazer a tona um problema que tem crescido muito no meio cristão quando relacionado à apologética. Primeiramente, se um apologista se dispõe a criticar a nova pragmática adotada por esse pseudo-evangelho que se alastra de forma desastrosa e destruidora, deve também se dispor a apontar os equívocos de sua instituição, independente do risco de perder ou não influência. Em segundo lugar, muito do conteúdo apologético que tem sido apresentado atualmente, em vez de apontar com eficácia onde está alocado o erro, simplesmente discrimina um movimento por completo, destacando a própria metodologia como completamente antibíblica. Quer novamente um exemplo? Não sou gedozista, mas aponte-me alguma estratégia evangelística tão eficaz como o modelo celular? Sou contrário as doutrinas aplicadas pelo G-12, dentre as quais já destaquei inúmeras por meio de uma análise que apresentei do famigerado “Encontro com Deus”. Mas o bojo estratégico que a metodologia celular revela, concernente à criação de pontos evangelísticos de casa em casa é fantástico! Veja que o G-12 não redescobriu o Brasil quando apontou esse método; apenas buscou, lamentavelmente com pouco esmero e de forma muito reduzida, pelo menos um caminho seguido pela igreja primitiva, onde, ao invés de templos pomposos, a Igreja crescia em comunhão de casa em casa, ou pelo menos, nos lugares em que tinham oportunidade de se reunirem.


Mas, para os apologistas ególatras, qualquer manifestação que tenha o nome Células no meio, é furada, pecado, e tudo mais. Nesse mesmo jogo, também já vi até críticas infundadas contra a nomenclatura “ministério de louvor”; é evidente que o que mais se vê atualmente não são “ministérios” de louvor, mas criatórios de ídolos que sequer têm esmero com as doutrinas bíblicas na hora de criar suas canções. Mas, ao passo que alguns apologistas se revelam contrários a terminologia “ministério de louvor”, qual seria então o nome correto? Equipe de louvor? Engraçado! Mas para mim equipe mais se adéqua à visão de um time de futebol ou mesmo de uma empresa, do que à Igreja do Senhor... Na verdade, tudo que está relacionado ao culto, se analisado biblicamente, deveria receber o nome de ministério. Isso mesmo! Os serviços praticados na igreja, vinculados à liturgia, são ministérios! E não me venha com essa de que na Bíblia não tem nenhuma referência à existência de um “ministério de louvor”; tal argumentação não cola! De mesmo modo, na Bíblia não há qualquer menção de “equipe”, “conjunto” ou “grupo” de louvor. Tão somente são mencionados na consecução das atividades litúrgicas os salmos, as profecias, a pregação da Palavra etc. Em outras palavras, apologia que tenta prejudicar determinado conceito por meio do descaso, do uso de ironia sarcástica e ardil, simplesmente para tirar o foco do que efetivamente tal conceito representa, novamente, é covarde e infundada.


Apologética firme não defende ritos institucionais! Apologética livre pela verdade não cria e depois defende normas e leis litúrgicas peculiares a uma congregação local, mas tem seu espírito cativo na Graça libertadora e frutífera no Espírito (Gl 5.22)! Apologética séria confronta, sem medo de perder influência, até mesmo os erros praticados pela instituição a que se vincula o apologista! Apologética cristã é ministério profético que denuncia, sem reduzir determinada metodologia, a não ser que a própria metodologia fora dos preceitos bíblicos! Apologética cristã é dura de palavras, mas vazia de orgulho! Apologética fundamentalista é estratégica e não busca, desvinculada da fama e da influência; busca apenas agradar ao Deus Todo-Poderoso!


Que o Senhor possa trazer iluminação aos corações para que compreendam a presente exortação!


Em breve, se o Senhor nos permitir, estarei dando continuidade a esse tema!


Jordanny Silva

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Paulo chamado apóstolo ou Paulo, chamado para apóstolo?


A inversão de conceitos está entre as coisas que mais me admiram nos dias atuais. Ainda mais quando, imperceptivelmente, essa inversão se maquia de piedade e aponta para os títulos uma autoridade mística quase que intocável. É incrível perceber o quanto esse novo evangelho, que se desenvolve como uma praga mortífera, totalmente adequado ao mundo, servo do orgulho e da arrogância, tem sido engolido por multidões como se fosse o verdadeiro; e, a menção à autoridade que os “cabeças” desse evangelho apresentam, traz em seu escopo uma série de maldições e conseqüências maléficas para quem, lucidamente, o rejeita, ainda que de forma instintiva e irracional. É uma pena perceber tais líderes, chamados pastores, bispos ou apóstolos, que se enchem totalmente para dizer que são a “autoridade plena” de Deus aqui na terra.


O mais interessante é ver o desespero dos que ambicionam galgar degraus nesse jogo de poder evangélico, fazendo tudo, absolutamente, pelo reconhecimento pessoal e terreno, treinados segundo a semelhança luciferiana, que busca, como uma sanguessuga, o endeusamento pessoal, a fim de submeter outros tantos às suas façanhas peçonhentas e venenosas. Tais ambiciosos, estão tão iludidos por esse novo evangelho, que acabam acreditando que o verdadeiro significado da ambição episcopal adere-se mais ao reconhecimento terreal, sob um autoritarismo místico fundamentado em fábulas, do que em uma repúdia social, seguindo a mensagem profética do próprio Mestre (Jo 17.14).


Por meio desse novo evangelho é que o título dominou o ministério, e conseguimos criar, ao invés de cristãos, demônios sedentos pelo reconhecimento. É nisso que se vincula o desejo pela autoridade autoritária, que se afasta do padrão bíblico, aumentando o valor do título ministerial e minorando o valor do evangelho da Graça. Consequentemente, tais títulos se revelam como uma máscara, uma camuflagem, a fim de maquiar o verdadeiro monstro que está por trás dele. Muitos, nesse desejo nauseante, ostentam desesperada e insanamente, serem consagrados a pastores, bispos ou apóstolos, no afã de valerem-se desse título como ponto de autoritarismo, enganando e sendo enganados. Quanta ignorância! Não percebem que, na verdade, não existem no verdadeiro evangelho “Pastor Fulano”, “Bispo Beltrano” ou “Apóstolo Cicrano”... Pelo contrário, existem apenas servos bons e fiéis ou servos infiéis... Muitos, ao serem separados para pastores já se acham os donos do mundo; detentores de uma autoridade irrefutável, inabalável e inquestionável! E ai de quem não se submeter aos seus caprichos egocêntricos!!!


Paulo nos dá um verdadeiro exemplo do que é o verdadeiro chamado. Em suas cartas, não se apresenta como Apóstolo Paulo, mas sim como Paulo, apóstolo e servo. Ele revela a autoridade a que estava revestido por meio de seus sofrimentos, de suas tribulações e nas perseguições que vivenciou, arrancando de si mesmo qualquer pretensão de ser um super-homem. Pelo contrário, Paulo, sequer, entregou a Deus o seu melhor; mas buscou entregar-se totalmente a Ele, incluindo-se, principalmente, as suas fraquezas e necessidades. Paulo percebia que era exatamente em suas fraquezas que o poder de Deus era aperfeiçoado (2Co 12.9). Logo, me pergunto: por que estes novos pastores, bispos e apóstolos, buscam tanto apresentar sua autoridade por meio de seus títulos ao invés de autenticar seus ministérios por meio de suas fraquezas e necessidades? Por que buscam ser tão fortes, ao invés de serem tão fracos? Por que apontam o título na frente do próprio nome, quando na verdade o correto seria, em reconhecimento de sua humanidade falida, apontar primeiro o nome e, em seguida, o seu ministério?

“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado PARA apóstolo, separado PARA o evangelho de Deus” (Rm 1.1).


Você almeja o episcopado ou o reconhecimento que um título, aparentemente episcopal, pode lhe auferir? Você é o Pastor Fulano de Tal ou é o Fulano de Tal, pastor segundo a vontade de Deus?

A paz do Senhor a todos!



Jordanny Silva,


Servo de Cristo, separado para pastor segundo a vontade de Deus!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

"Jus sanguini": o Direito de Sangue!!!

Em breve estaremos postando um texto explicativo... Por enquanto, fica o convite!!!

Assista ao vídeo abaixo:




Leia também:

Dos filhos deste solo és...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Eu amei um homossexual!



Eu tinha aproximadamente 17 anos, quando eu tive minha primeira experiência com um homossexual, lembro-me como se fosse ontem, eu ia pegar um ônibus para ir até minha igreja, como eu fazia todos os finais de semana. Era por volta das 18h00 e meu ônibus sairia em 30 min, foi quando eu avistei um senhor bem vestido e muito simpático, ele não tirava os olhos de mim, eu estava sentado em um banco perto do ônibus e ele mais afastado, quando ele começou a piscar para mim. Lembro que fiquei bastante constrangido, mas tomei coragem e o convidei para se sentar ao meu lado. Prontamente ele atendeu ao meu pedido, ele já veio logo segurando na minha mão, e começou a tocar no meu cabelo. Pois com o mesmo sorriso que o chamei eu falei para ele o seguinte:
_Tudo bem com você? Meu nome é Robert, qual é o seu nome?
_ Eu me chamo Marcos! Ele respondeu sorridente.
_Pois é eu só te chamei aqui porque eu queria que você soubesse que eu sou muito feliz!
Falei com um tom meio ousado.
_Eu já sei, você é feliz porque você tem muitos amigos assim “como eu”, por isso você é alegre!
Ele respondeu todo empolgado.
_Não exatamente, na verdade eu sou muito feliz, porque um dia eu fui “lavado e remido pelo sangue do Cordeiro”. É sobre Ele que eu gostaria de te falar.
Respondi com firmeza.
_A não!!! Você é crente? Só me faltava essa…
Ele respondeu tirando as suas mãos de mim, e um tanto indignado.Como em nenhum momento eu demonstrei algum tipo de preconceito, e eu queria conhecer a sua história, conversamos sobre a sua vida e também sobre a bíblia.
Interessante foi eu estar levando minha bíblia na mochila, uma Thompson antiga, ou seja, uma bíblia enorme. À medida que passava um amigo do Marcos ele dizia:
_O Fulano, vem aqui esse é o Robert, ele é crente e não tem preconceito, ele quer falar sobre a bíblia com a gente.Naquele domingo eu não fui para o culto na igreja, eu fiz meu próprio culto em um banco de rodoviária cercado de vários homossexuais, alguns sentados ao meu lado e outros sentados no chão, eu com a minha bíblia gigante no colo, as pessoas que desciam dos ônibus, ou passavam por lá paravam para ver o que estava acontecendo. Não me preocupei em falar sobre salvação, pois todos eles já conheciam a respeito de Jesus, eu apenas falei sobre o amor e graça de Deus, muitas sementes foram plantadas naquela noite.
Ao chegar em casa, eu chorei muito na ora de orar para dormir, o grande vazio e os valores distorcidos daqueles homens, me tocou profundamente. Eu questionei, porque nós cristãos nos calamos tanto para essas pessoas? Porque eles diziam que eu não tinha preconceito? Qual era a visão de um homossexual para com a igreja, e qual a visão da mesma para com eles? Porque nós cristãos nos fechamos para essas pessoas?
Deus me respondeu que eu poderia e deveria amar um homossexual, pois só através desse amor ele poderia se encontrar em Deus.Talvez você esteja pensando agora: Seria correto eu subir no púlpito de uma igreja e dizer que eu amo um homossexual ou uma prostituta?
Nos meus vários anos de experiência com re-socialização, e missões noturnas, eu descobri não só na teoria, mas na prática que se não houver amor, nunca haverá recuperação, pois somente o amor verdadeiro, aquele que vem do alto, de Deus, o que não se limita à raça crédulo ou sexualidade definida, é que pode trazer um homem novamente ao convívio da sociedade.
Ele ama incondicionalmente, mesmo quando nós não o merecemos, Ele ainda chora por nós, e sofre as nossas dores, porque ele odeia o pecado, mas sempre amou o pecador.
Eu não tenho problema algum em subir em um púlpito para dizer em alta voz que eu já amei, e ainda amo um homossexual, isso porque eu conheci um cara que não teve vergonha de subir nu em uma cruz, só para dizer que ama os homossexuais, os pedófilos, as prostitutas, os ladrões, os drogados, entre outros pecadores como eu e você.
Ainda hoje eu tenho muitos amigos, que cultivei nas ruas e nos prostíbulos, são eles travestis, prostitutas, drogados, alcoólatras, mendigos, clientes das drogas e da prostituição, verdadeiros desgraçados como eu, com a diferença de que eu fui alcançado pelo favor não merecido da parte de Deus. Isso não me torna mais ou menos amado por Deus, mas me da o privilégio de poder abençoar essas pessoas que também são queridas do Pai, quem os coloca à margem da sociedade somos nós, Deus os coloca como a coroa da criação a imagem e semelhança dEle mesmo.
Durante minha caminhada cristã eu percebi falhas em meu caráter, principalmente quando eu rotulava essas pessoas sem conhecer suas histórias de vida, talvez você se identifique com uma dessas falhas, e Deus esteja te chamando para um relacionamento mais profundo com Ele.
Descobri que se eu amo pessoas que supostamente tem uma vida santificada semelhante a minha pseudo-santidade, eu não passo de um homossexual gospel, tão somente porque a principal característica de um homossexual é que ele ama alguém do mesmo sexo, ou seja, alguém que se parece com ele. Se eu só quero amar meus irmãos da igreja, eu sou um homossexual gospel porque eu escolho amar quem é igual a mim.
Quando eu me encontro dentro de um sistema religioso, que nunca me permite enxergar a dor, os sofrimentos e as grandes desgraças do mundo e de quem esta ao meu lado, e eu me vendo para esse sistema, em troca de promessas que Deus nunca fez ou faria, quando quero buscar apenas bênçãos pessoais, eu não passo de uma prostituta gospel, pois eu nunca serei resposta para as mazelas do mundo ou voz contra injustiça, no lugar de lavar minha alma no sangue do Cordeiro, não somente para ser abençoado, mas para abençoar, eu lavo minhas mãos como Pilatos, nas águas sujas de um sistema religioso corrupto, que me ensina a buscar somente as bênçãos do Pai, mas muito pouco, o Pai que me dá essas mesmas bênçãos.
O interessante é que nesse sistema eu posso ser uma prostituta gospel, mas a prostituta de verdade sempre vai ser uma meretriz, o gay um sodomita efeminado, o mendigo um morador de rua beberrão, a imagem e semelhança de Deus será sempre atribuída aos que foram alcançados pela graça sublime, ou aos líderes religiosos que são semi-deuses na terra. Daí a razão de serem prósperos em tudo.
Descobri ainda que quando eu vou para uma igreja com o intuito somente de cantar desesperado, levantar minhas mãos e chorar, ficar anestesiado e entorpecido pelo chamado louvor espontâneo ou louvor extravagante, eu sinto muito mesmo, pois nós precisamos rever nossos conceitos sobre louvor e adoração. Quem sou eu para questionar a forma como se louva, acredito que essa função é dada ao Espírito Santo, o problema é que biblicamente nós adoramos a Deus com atitudes e não somente com cânticos chamados espirituais, se eu não vivo o que eu canto essas expressões de louvor são apenas uma grande viagem, uma ilusão. Quando isso ocorre, eu não passo de um drogado gospel.
Se eu sirvo a Deus, somente com o intuito de ganhar dinheiro, seja através de uma fé genuína ou ainda por formas escusas, através do evangelho de uma falsa prosperidade, este mesmo que você esta pensado, este que tem arrastado milhares de cristãos para o inferno do capitalismo. Eu com certeza sou um mendigo gospel, pois eu não entendo que sem o próximo não existe Evangelho do Reino, e que viver somente de prosperidade seja qual for a área que se aplique ela, na verdade é viver de migalhas e esmolas espirituais, o que Deus quer nos dar em termos de qualidade de vida é muito maior que ouro e prata, não depende e nunca dependeu dessas coisas ou de uma vida cheia de grandes vitórias e glórias, se Deus tem te prometido somente essas coisas, acho que estamos falando de deuses bem diferentes. Ter um relacionamento íntimo e profundo com o Criador, essa é a verdadeira prosperidade.
Ame incondicionalmente e com certeza você entenderá porque Deus te trouxe para este mundo, e assim será mais fácil você fugir desse mundo gospel.
Hoje eu oro pelo Fábio (Travesti que atende pelo nome de Yasmin), pelo Edílson (ex-presidiário que é soro positivo, contraiu HIV após um estupro na cadeia), pela Claudette (se prostitui para sustentar o vicio de merla e crak), pelo Mário ( perdeu o senso da razão e é tido como louco, porque mora a mais de 20 anos nas ruas), entre outros muitos que eu poderia citar, pessoas maravilhosas que o próprio Deus me deu o privilégio e a honra de poder amar e abraçar como verdadeiros amigos.
Perdoe-me se isso te incomoda, talvez Mateus 25:31-46 esteja rasgado ou riscado em sua bíblia, para não te incomodar também.Se você entende o que é Graça, e como ela somente inclui, não exclui, meus parabéns!
Você esta apto para viver os valores e os conceitos do Evangelho do Reino de Deus, baseado no texto bíblico citado de Mateus, aproveite e tire um tempinho para ir visitar Jesus Cristo em um hospital, em uma prisão ou qualquer outro lugar onde as margens da sociedade se concentram.
É legal quando nos lemos João 3:16 na ótica de I João 3:16.Para encerrar, sempre que eu vejo um homossexual seja um homem ou uma mulher na rua ou em qualquer lugar, eu fico muito tocado e faço sempre à mesma oração:
“Pai eu te peço, por favor, se eu tiver filhos, não permita que um deles se torne um homossexual, mas eu entendo que cada um escolhe seu próprio caminho e dará conta de si a Deus, como eu ouvi muitos exemplos de travestis que se diziam filhos de pastores ou filhos de crentes.
Pai se um filho meu escolher este caminho, ensina-me a amá-lo como o Senhor ama a todos nós…”
Robert Itamar Alves da Costa
JOCUM Floripa, a partir do Rio Fonte: http://www.jocumdf.com
Via: http://veshamegospel.blogspot.com/

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Voltemos ao Evangelho puro e simples - Marcha pra Jesus!

Não devemos ficar calados!!!





Que Deus abençoe a todos!